Fundos de Private Equity estão otimistas e procuram oportunidades, diz Mazars

Um inquérito recente da Mazars revela que, em 2021, mais de 90% dos inquiridos quer investir e apostar em novos negócios e que estão motivados para concluir acordos remotamente.

A Mazars, empresa internacional de auditoria, fiscalidade e consultoria, lançou, recentemente um estudo “Covid-19 e o mundo dos Private Equity: otimismo num ambiente incerto“, que avalia as tendências dos investidores no mercado de financiamento institucional.

O estudo – realizado em dezembro de 2020 juntou membros da comunidade de Private Equity e Private Debt, com localização principal na Europa, Ásia, América do Norte e América do Sul – concluiu que os investidores se encontram otimistas e focados em novas oportunidades e igualmente confortáveis em concluir negócios remotamente. Preveem que as receitas desçam de forma menos severa nos próximos 12 meses, com uma recuperação em “forma de U” – um longo período entre recessão e recuperação – com atrasos mais curtos nas suas estratégias de saída do que o previsto anteriormente.

Stéphane Pithois, Global Head of M&A da Mazars, explicou que a segunda edição do estudo “confirma e reforça o sentido de otimismo pela qual a comunidade de private equity é conhecida”. Isto, porque “num ambiente incerto, os investidores têm-se mostrado resilientes e procuram novas oportunidades no imediato”. Por isso, refere ainda “se o ambiente político continuar estável e o capital continuar a ser disponibilizado, então podemos esperar que os private equity continuem à procura de oportunidades de investimento.”

Mais de nove em cada dez procuram oportunidades de investimento
Cerca de 91% dos inquiridos confessam estar “muito abertos ao negócio” e à procura de oportunidades para investir quer em novos negócios quer em plataformas à escala com aquisições bolt-on. Em junho de 2019, a percentagem era de 74%.

Fundos procuram novas oportunidades
Questionados sobre o que melhor descreve a estratégia do fundo para os próximos 12 meses, 39% dos inquiridos referiu  “concentrar-se na origem de novas oportunidades”. Por sua vez, o número de fundos que dizem estar focados na gestão da perda nas carteiras existentes, andava na ordem dos  10% em dezembro de 2020, contra 24% em junho de 2020.

Receitas caem
Apesar das expectativas de que as receitas sofram uma queda nos próximos 12 meses, os inquiridos consideram o declínio menos severo do que anteriormente. Neste sentido, cerca de 30% dos inquiridos esperam uma descida das receitas entre 11% a 25%, contra os 50% registados no inquérito de junho de 2020. Por outro lado, 40% dos inquiridos diz esperar uma redução da receita de apenas 0% a 10%, contra 17% dos inquiridos no primeiro inquérito. Constata-se que os inquiridos estão mais otimistas do que em junho.

Oportunidades em entidades mais endividadas
Há mais oportunidades no mercado em entidades mais endividadas. Cerca de 70% dos inquiridos referem que as identificaram e, destes, 41% dizem que são de interesse, contra 29% que dizem que não são. No relatório de junho, apenas 54% dos inquiridos referiu ter-se deparado com essas oportunidades.

Maioria espera recuperação em forma de U
Enquanto a maioria (63%) dos inquiridos ainda antecipem uma recuperação em forma de U, o número que espera uma recuperação em forma de V aumentou de 10% para 27%. Para este aumento parece ter contribuído a disponibilização de vacinas, a par das medidas governamentais de apoio às empresas. Também foi comum a recuperação em forma de K, que acontece quando, depois de uma recessão, diferentes segmentos da economia recuperam a diferentes ritmos.

Confiança nos negócios remotos
Os investidores também parecem mais confortáveis com o facto de trabalharem a partir de casa: 89% diz que é possível concluir negócios remotamente, contra 88% no inquérito anterior. 37% concretizam negócios a partir de casa como “business as usual” – o que representa um aumento de mais 23 pontos percentuais do que as conclusões de junho. Em contraste, apenas 11% dizem que “não é possível” concluir negócios a partir de casa.

Atrasos mais curtos nas saídas esperadas
51% dos inquiridos espera atrasar as suas estratégias de saída nos próximos 6 a 12 meses. Ou seja, menos 28 pontos percentuais do que no estudo de junho do ano passado, altura em que 79% dos inquiridos afirmaram que os seus timings de saída seriam adiados. Regista-se, assim, um nível de otimismo significativo, em crescimento desde o segundo semestre de 2020.

Governos têm reagido bem
65% dos investidores acredita que o seu Governo reagiu bem à pandemia, contra 20% que tem uma opinião contrária.

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