Inquérito global da Mazars revela que fundos de Private Equity estão otimistas e à procura de oportunidades em 2021

A Mazars, empresa internacional de auditoria, fiscalidade e consultoria, lançou o estudo “Covid-19 e o mundo dos Private Equity: otimismo num ambiente incerto”, que mede a tendência dos investidores no mercado de financiamento institucional.

O estudo conclui que o mercado de investidores está, de forma geral, otimista e focado em novas oportunidades, e confortável em concluir negócios remotamente. Os inquiridos preveem que as receitas desçam de forma menos severa nos próximos 12 meses, com uma recuperação em forma de U e com atrasos mais curtos nas suas estratégias de saída do que o previsto anteriormente.

Realizado em dezembro de 2020, os inquiridos fazem parte da comunidade de Private Equity e Private Debt, com localização principal na Europa, Ásia, América do Norte e América do Sul. O inquérito surge na sequência do relatório realizado pela Mazars em junho de 2020 sobre o mesmo tema.

Stéphane Pithois, Global Head of M&A da Mazars, afirmou: “A segunda edição do nosso estudo confirma e reforça o sentido de otimismo pelo qual a comunidade de private equity é conhecida. Num ambiente incerto, os investidores têm-se mostrado resilientes e procuram novas oportunidades no imediato, enquanto se instalam em condições de trabalho remotas. Se o ambiente político continuar estável e o capital continuar a ser disponibilizado, então podemos esperar que os private equity continuem, de forma ativa, à procura de oportunidades de investimento.”

Mais de nove em cada dez procuram oportunidades de investimento

Cerca de 91% dos inquiridos dizem estar “muito abertos ao negócio” e à procura de oportunidades para investir em novos negócios e plataformas à escala com aquisições bolt-on. Isto comparado com 74% em junho.

Fundos à procura de novas oportunidades, menos focados na gestão da perda

Questionados sobre o que melhor descreve a estratégia do fundo para os próximos 12 meses, 39% dos inquiridos dizem “concentrar-se na origem de novas oportunidades “. Ou seja, dezanove pontos acima dos resultados de junho. Quanto ao número de fundos que dizem estar focados na gestão da perda nas carteiras existentes, situa-se em apenas 10% em dezembro de 2020, contra 24% em junho de 2020.

Receitas a cair, mas em menor grau

Apesar das expectativas de que as receitas caiam nos próximos 12 meses, os inquiridos consideram o declínio menos severo do que o anteriormente reportado. Cerca de 30% dos inquiridos esperam uma quebra de receita de 11%-25%, contra 50% dos inquiridos no inquérito de junho de 2020. Além disso, 40% dos inquiridos dizem esperar uma redução da receita de apenas 0%-10%, contra 17% dos inquiridos no primeiro inquérito.

No geral, os inquiridos estão muito mais otimistas em relação ao mercado do que em junho: apenas 4% dos inquiridos reportam um nível de otimismo de três ou menos de acordo com os critérios do inquérito, contra 29% anteriormente. Da mesma forma, 15% dos inquiridos reportam um nível de otimismo superior a oito, contra apenas 5% em junho.

Oportunidades em entidades mais endividadas

Há mais oportunidades no mercado em entidades mais endividadas, de acordo com os últimos resultados. Cerca de 70% dos inquiridos referem que as identificaram – destes 41% dizem que são de interesse, 29% dizem que não são. Isto compara-se com 54% dos inquiridos em junho que referiram terem-se deparado com essas oportunidades.

Maioria espera recuperação em forma de U

Enquanto a maioria (63%) dos inquiridos ainda antecipam uma recuperação em forma de U (em comparação com 82% em junho), o número de respondentes que espera uma recuperação em forma de V aumentou significativamente de 10% para 27%. Este aumento do otimismo deverá ser resultado da disponibilização de vacinas a partir do primeiro trimestre de 2021, a par com medidas governamentais de apoio às empresas.

A “outra” resposta mais comum para além de U ou V foi uma recuperação em forma de K, que ocorre quando diferentes segmentos da economia recuperam a diferentes ritmos após uma recessão.

Confiança em fazer negócios remotamente

Os investidores estão agora mais confortáveis a trabalhar a partir de casa do que em junho; 89% dos investidores dizem que é possível concluir negócios remotamente, contra 88% no inquérito anterior. Mais de um terço (37%) dos inquiridos vêm agora a conclusão de negócios a partir de casa como “‘business as usual“, o que é 23 pontos percentuais mais elevado do que as conclusões de junho. Apenas 11% dizem que “não é possível” concluir negócios a partir de casa, um ponto percentual mais baixo do que em junho.

Atrasos mais curtos nas saídas esperadas

Pouco mais de metade dos inquiridos (51%) esperam atrasar as suas estratégias de saída nos próximos 6-12 meses ou mais. Ou seja, menos 28 pontos percentuais do que em junho, quando 79% dos inquiridos disseram que os seus timings de saída seriam adiados. Isto indica ainda um aumento do nível de otimismo que surge no segundo semestre de 2020.

Governos têm reagido bem, diz a maioria dos investidores

A maioria dos inquiridos (65%) acredita que o seu governo reagiu bem à pandemia (vs 51% anteriormente). No entanto, uma proporção significativa (20%) ainda considera muito cedo para fazer uma afirmação (vs 31% em anteriormente). A percentagem de participantes que sentem que o seu governo não reagiu bem caiu de 20% para 15% na última sondagem.

Metodologia

À semelhança do último inquérito realizado, a maioria dos participantes eram de fundos de leveraged buyout e growth capital, o que representa um total de 75% do total dos inquiridos. Outros inquiridos provinham de venture capital, distressed ou private debt funds. Os participantes do inquérito estavam maioritariamente localizados no Reino Unido e na Europa (84%), com os restantes inquiridos na Ásia (6%) e nas Américas (1%).

A maioria dos investidores inquiridos detinha um fundo de dimensões entre 0 e 500 milhões de libras. A dimensão mais comum do fundo foi de 51 milhões de libras (37%), sendo o segundo mais comum menos de 50 milhões de libras (33%). Estas duas dimensões de fundos representam cerca de 70% dos inquiridos.

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