Mercado quer auditoria conjunta e gama mais ampla de serviços
Há uma apetência pela auditoria conjunta por parte do mercado, as empresas esperam que a tecnologia reforce as competências dos auditores sem os substituir, é necessária uma gama mais ampla de serviços e existe uma desconexão entre os que as empresas veem como missão dos auditores e os benefícios de uma auditoria nas mesmas. Estas as principais conclusões que se retira de um estudo da Mazars sobre o tema “O futuro da auditoria: visão de mercado – mitos, realidades e caminhos a seguir”.
A esmagadora maioria dos inquiridos considera que o mercado da auditoria precisa de ser reformado e é favorável à auditoria conjunta. Também as empresas com experiência em auditoria conjunta são favoráveis à mesma. Os resultados do estudo confirmam a perceção de que uma maioria significativa das empresas no mercado é favorável à auditoria conjunta. Com efeito, a Mazars defende que este mecanismo encerra o potencial de aumentar a qualidade do trabalho produzido, reforçando o ceticismo profissional e a capacidade de questionar, contribuindo para criar um mercado mais concorrencial e potenciando o desenvolvimento de competências. “Em mercados onde o modelo de auditoria conjunta já se encontra implementado existe uma opinião generalizada favorável às vantagens decorrentes da joint audit”, refere o estudo.
Os entrevistados reconheceram também que a tecnologia melhora a qualidade da auditoria e desejam que aquela reforce as competências dos auditores, não as substituindo. Mais de nove em cada dez (93%) acham que a tecnologia poupa tempo e 92% dizem que ajuda os auditores a recuar para analisar e questionar melhor os dados. A grande maioria (96%) incentiva os auditores a ampliar a sua gama de serviços de garantia. Em particular, são favoráveis à extensão da auditoria para novas áreas de relatórios não financeiros, por exemplo sobre risco climático, diversidade de género e direitos humanos. “Ampliar a gama de serviços dos auditores pode ser benéfico para a qualidade geral da auditoria, potenciando a atração e desenvolvimento de talento com vasta experiência.”
Opinião independente sobre as demonstrações financeiras
Quando questionados sobre o que uma auditoria vai entregar, 74% respondem: “uma opinião objetiva e independente sobre as demonstrações financeiras da minha empresa”, seguida por “garantia e confiança para investidores, stakeholderse reguladores” (61%) e “apoio para melhorar o desempenho dos negócios” (52%). Apenas 34% respondem “deteção e prevenção de fraude”. De acordo com a Mazars, existem “claras conceções erradas sobre a missão dos auditores, que sublinham a necessidade de um diálogo mais transparente sobre o âmbito da auditoria. Identificar todas as possíveis fraudes não é, no momento, parte da missão de um auditor. Na verdade, a deteção e investigação de fraudes requerem um âmbito de trabalho e meios específicos – como aqueles usados em atividades forenses –, mais do que o que uma auditoria é atualmente solicitada a entregar.”
Na perspetiva da empresa de auditoria, fiscalidade e consultoria, as conclusões do estudo assumem especial relevância porque apresentam a visão do mercado de auditoria como é atualmente e permitem que seja explorado o que é preciso ser mudado para que a auditoria possa evoluir para as suas aplicações e finalidade futuras. De salientar que o estudo juntou mais de 500 utilizadores de auditoria e decisores em 12 países.
