Os desafios na atração de talentos numa atualidade 100% digital

Atrair talento de forma online nunca foi tão imperativo como nos dias de hoje. A vida das organizações foi redefinida para uma dinâmica digital que veio para ficar, e mesmo as que já equacionavam integrar este tipo de processos viram-se obrigadas a fazê-lo de forma mais célere, num contexto de restrições ao contacto e à deslocação e novos formatos de teletrabalho.

Por Tatiana Teófilo, Human Resources Manager, Mazars in Portugal, e Rita Trindade Ferreira, Human Resources Assistant na mesma empresa.

Entre os muitos processos inerentes à gestão de Recursos Humanos, o recrutamento foi um dos que mais sentiu os desafios impostos pela transição para o digital à qual as organizações tiveram de se adaptar. E adaptação e inovação são, sem dúvida, as palavras-chaves que abrem portas à vantagem competitiva que as organizações podem alcançar no desafio da atração e retenção de talento.

A preocupação para as organizações passa hoje por descobrir como podem fazer uso de uma multiplicidade de canais digitais para projetar uma marca forte para diferentes tipos de público e para candidatos oriundos de várias gerações e com necessidades distintas. Dada essa premissa, este é o momento para criar e implementar estratégias de recrutamento digitais que as ajudem a alcançar o seu público-alvo, onde quer que este esteja.

Estes processos de recrutamento podem ser complexos, definindo a forma de alavancar a tecnologia para obter, avaliar, atrair, selecionar e recrutar candidatos, fazendo uso de websites próprios, plataformas de publicitação de vagas, campanhas através de dispositivos móveis e em plataformas de social media e avaliações a decorrer online.

Orientar as organizações rumo à transformação digital servirá não apenas para manter as equipas seguras, mas também para acelerar fluxos de trabalho, melhorar a experiência do candidato e recolher dados de avaliação.

Neste contexto, a Mazars contou com a experiência recente de estar presente de forma 100% online em feiras de emprego universitárias a nível nacional, tendo igualmente dado início ao seu processo anual de recrutamento e selecção – o Talent Graduate 2021 – também ele de forma totalmente online.

O Talent Graduate teve início no fim do mês março e termina em Junho, sendo o processo através do qual é desenvolvido o recrutamento para diferentes áreas de negócio e escritórios. Numa óptica totalmente digital, foi desenhado um processo de recrutamento e seleção em quatro fases: (1) Triagem Curricular; (2) Dinâmica de Grupo e Realização de Testes; (3) Entrevista com os RH; (4) Entrevista com o Manager/Partner da área.

A expectativa é elevada. Queremos oferecer aquela que é uma experiência única aos nossos jovens talentos: contactarem com áreas de negócio de excelência; contactarem com clientes de prestígio e com projetos que os transportem para desafios, crescimento e progressão de carreira.

Aliado ao Talent Graduate 2021 e de forma a alcançar o maior número de jovens talentos, a Mazars juntou-se a Instituições universitárias, na área de atuação da empresa, (Catolica-Lisbon, ISCTE, ISEG, FEP, Católica Porto, NOVA SBE, ISCAL, ISCAP, Universidade de Coimbra, etc.). Estamos perante uma aliança que visa a aproximação entre o mundo organizacional e jovens estudantes, onde não podemos deixar de elogiar a forma eficaz e eficiente com que as universidades se adaptaram ao novo modelo de interação entre empresas e talentos e onde estar on(line) foi a chave do sucesso.

Enquanto incubadora de talentos, a presença da Mazars nas feiras universitárias teve um impacto bastante significativo no arranque do Talent Graduate, mas também naquilo que é o reforço da imagem da marca junto destas instituições e estudantes. Este impacto reflete-se diretamente no número de candidaturas e currículos recebidos. Os valores alcançados numa primeira fase de recrutamento transcendem as expetativas e ultrapassam as mil candidaturas. Este número revela-nos que o desafio e a adaptação aos processos de recrutamento digital foram bem-sucedidos e simbolizam o objetivo a que nos propomos todos os dias – mais do que nos fazermos ver é fazermo-nos sentir. Fazer com que quem chega até nós, chega com motivação em fazer parte desta equipa.

É interessante verificar que mesmo alunos que não reuniam, no momento, os requisitos de candidatura ao programa acabaram por ficar com o conhecimento sobre o mesmo para um futuro próximo, revelando-se mais uma vez o poder e o impacto do reforço da imagem de marca neste tipo de iniciativas. Não se trata apenas de recrutar candidatos, mas de dar a conhecer a organização, os seus valores e cultura, deixando um pouco da mesma na vida destes jovens, onde a vontade futura de nos conhecer se fez sentir por parte dos mesmos.

Certamente que vamos continuar a assistir a transformações digitais nos diferentes processos nas organizações. O futuro é digital. Este é um debate que não termina aqui. Para já, fica a certeza de que, se por um lado o recrutamento passou a ser à distância, por outro, nunca a proximidade foi tão fácil.

In HR Portugal