Sustentabilidade no centro dos negócios

Encontramo-nos num momento da história em que uma visão aspiracional e compartilhada é mais importante do que nunca. Para alcançar o desenvolvimento sustentável, precisamos de uma imagem clara de para onde queremos ir e qual o caminho a percorrer mesmo se não pudermos ver todos os desafios que o futuro nos irá trazer.

No entanto, é importante que estabeleçamos não apenas uma visão compartilhada, mas também um entendimento de como será na prática, tendo como pano de fundo que o progresso que temos feito até ao momento é fundamentado numa base científica. O que realmente significa “viver bem” e mantermo-nos “dentro dos limites do planeta”?

A Gestão Ambiental como alavanca de desenvolvimento sustentável

Com as expectativas e metas de desempenho, muitas organizações reconhecem a necessidade de integrar a gestão ambiental nas suas operações de negócio. Isso torna-se mais evidente no processo de certificação das empresas. Nesse contexto, o campo ambiental teve um crescimento constante de padrões regionais, nacionais e internacionais.

A estrutura do setor no qual a empresa opera, o seu posicionamento dentro do setor, os tipos de mercado a que a empresa atende e as suas competências determinarão o foco competitivo mais apropriado, e a fonte potencial de vantagem competitiva (custo ou diferenciação) para a empresa. Fatores sociais e económicos influenciam as empresas a atingirem um grau significativo de produtividade e capital, possibilitando a redução substancial nos custos de produção e no preço final dos produtos. Assim, há potencial para um novo conjunto de práticas que pode emergir num novo sistema económico, como é o caso de empresas que têm os seus resíduos a serem utilizados como matéria-prima para outros segmentos: é a resposta à economia circular.

A imagem corporativa pode então ser melhorada, influenciando uma opinião pública positiva sobre as práticas de gestão ambiental. Processos organizacionais que vão além da conformidade exercem impacto positivo na imagem da empresa e, consequentemente, no seu desempenho de mercado.

Fundamentalmente, as empresas que almejam gerar vantagem competitiva a partir de estratégias baseadas em produtos e serviços mais “amigos do ambiente” precisam de estar a atentos a três fatores:

  • Os consumidores precisam de estar dispostos a pagar pelo produto com diferenciação ecológica;
  • Informações transparentes e exatas sobre o desempenho ambiental do produto precisam de estar disponíveis para o consumidor;
  • A diferenciação ecológica do produto deve ser difícil de ser replicada pelos concorrentes.

Podemos dizer que o mercado não aceita mais o “abuso” excessivo dos recursos naturais. Os consumidores estão interessados em produtos "limpos". A legislação torna-se mais rígida, fazendo com que as organizações encarem com seriedade e responsabilidade a variável ambiental na sua estratégia operacional. Tudo isto se converte em ganhos nos negócios e na sociedade!

A mais recente proposta de diretiva da União Europeia vem reforçar o que se entende por alegações ambientais e, assim, criar formas de evitar o greenwashing.

À medida que novas regulações emergem, o greenwashing deixou de ser uma opção

Com os reguladores em ambos os lados do Atlântico à procura de introduzir exigentes novas regras nos relatórios ESG e novas métricas padronizadas a nível internacional, as empresas, incluindo aquelas na cadeia de valor, não podem dar-se ao luxo de declarações de intenções em tópicos de sustentabilidade. Estão obrigadas a fornecer provas tangíveis que incorporam a sustentabilidade na sua estratégia e que estão a implementá-la de forma ativa, e que as métricas de comunicação e divulgação usadas demonstrem de forma clara como estão a progredir.

Mesmo antes da aplicação das novas regras, os investidores que procuram avaliar a exposição ao risco e as grandes empresas internacionais que procuram injetar objetivos de sustentabilidade nas cadeias de valor têm aumentado de forma substancial a pressão para as empresas se tornarem mais sustentáveis. Isto afeta as empresas de todas as dimensões e setores, incluindo os negócios privados e pequenas e médias empresas.

De que forma é que a sustentabilidade pode passar a ser uma questão central nas empresas?

A sustentabilidade, para passar a ser um tema central nas empresas, tem de ser tratada como todas as outras variáveis estratégicas do negócio. Não pode continuar encerrada num departamento ou numa pessoa.

Quando falamos em Sustentabilidade, falamos em três grandes pilares: o ambiental (E), o social (S) e a governance (G), a sigla tão em voga nos nossos dias: ESG.

Estas componentes englobam todas as questões relevantes à operação de uma empresa. Os gestores têm de olhar para estas questões como estratégicas e como oportunidades, e não como custos e obrigações. É verdade que a regulamentação tem vindo a aumentar e a tornar-se cada vez mais exigente, mas também é cada vez mais demonstrável que as empresas mais sustentáveis são também mais lucrativas e resilientes. São mais atrativas para trabalhar, preferidas pelos consumidores, e acabam por ter uma reputação mais credível. As empresas que coloquem a sustentabilidade no centro do seu negócio vão conseguir melhorar o seu desempenho de forma mais consolidada, uma vez que as questões ESG estão integradas nos seus eixos estratégicos de atuação, com objetivos concretos e com um propósito de existência.

Como ser um negócio lucrativo e sustentável?

Nos dias de hoje é impensável uma empresa ser lucrativa de forma fácil e irresponsável. Não podemos fazer um produto de qualidade se estivermos a causar dano no ambiente ou nos colaboradores. Logo, se a empresa integrar todas estas questões, consequentemente está a criar as bases para continuar a existir por muitos anos e a ser lucrativa.

Um negócio lucrativo não é aquele que apenas gera lucro, mas que aposta na inovação, que tem um propósito e que consegue atrair e reter talento. É o que minimiza o seu impacte ambiental e que se governa por regras de ética e transparência e que gere os seus riscos, incluindo os de sustentabilidade. É o que não duvida que as alterações climáticas existem e que por isso aposta num plano de descarbonização. É um negócio inclusivo que valoriza a diversidade e equidade e que trata todos os colaboradores de igual para igual.

Quando os gestores apreenderem que todas estas componentes – da sustentabilidade – são importantes, terão uma maior probabilidade de assegurarem empresas mais resilientes e lucrativas.

O que pensam os líderes num contexto global em mudança?

As tendências globais são padrões em evolução, que exercem pressão sobre as sociedades, economias e ecossistemas e que correspondem a mudanças significativas, com impactos de longo alcance, que moldam o mundo.

Numa perspetiva de futuro e para a definição de estratégias eficazes e mais resilientes, as empresas devem, portanto, compreender as tendências, a sua extensão e implicações.

É essencial compreender-se o contexto global, identificarem-se os riscos e oportunidades subjacentes e incorporar esta análise na reflexão estratégica e na definição dos temas materialmente relevantes, traduzindo-se depois em compromissos, com objetivos concretos e métricas específicas, no âmbito dos planos de ação.

O mais recente barómetro c-suite 2023 da Mazars revela que os líderes estão otimistas em relação ao futuro próximo. Apesar da multiplicidade de atuais desafios - inflação e a instabilidade económica, preços elevados de energia, guerra e as tensões geopolíticas – o estudo revela espírito de luta e perspetivas positivas entre as lideranças empresariais e corporativas.

No entanto, a confiança na capacidade para lidar com os desafios varia em função da sua natureza. O barómetro C-suite da Mazars revela que os líderes estão mais confiantes na aptidão para gerir tecnologias emergentes (54 % muito confiantes) e menos em lidar com a instabilidade geopolítica (23 % muito confiantes).

Para tentar ultrapassar as barreiras, e o reconhecimento de que as adversidades são mais significativas que no ano anterior, o C-Suite revela que as organizações estão a investir na tecnologia e sustentabilidade.

De acordo com o barómetro, o investimento nestas áreas tem como objetivos garantir que os negócios estão preparados para o futuro e transformar a tecnologia da empresa na principal prioridade estratégica para os líderes nos próximos três a cinco anos.

A segunda prioridade estratégica do C-suite para os próximos três a cinco anos está numa abordagem de sustentabilidade nova ou revista (ver Figura 1). Segundo o barómetro C-suite da Mazars, mais de dois terços dos líderes (68 %) planeia investir em iniciativas de sustentabilidade, reafirmando a importância do ESG (Environnmental, Social and Governance) na agenda.

A maioria das empresas (65 %) produz um relatório de sustentabilidade, mas admite que a qualidade e o rastreamento dos dados podem ser desafiantes, e pouco mais de um terço (36 %) sente-se totalmente pronto para os novos requisitos do relato ESG.

Tem havido algum progresso no que diz respeito às questões ESG, mas não tanto quanto deveria. As empresas que ainda estão nos estágios iniciais de sua jornada devem começar a entender quais os tópicos que têm mais impacto nos seus negócios e definir planos. A mensagem principal do barómetro é que as questões ESG ainda procuram o seu “espaço”, mas a evolução é notória.

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Figura 1: Snapshots from Mazars 2023 c-suite barometer

 

Como a MAZARS pode ajudar as empresas a colocar a sustentabilidade no centro dos seus negócios

A área da sustentabilidade tem vindo a crescer significativamente nos últimos anos. Gerir um negócio de forma responsável, através da boa governança, permite às empresas ganhos ao nível do seu desempenho e relacionamento com a sociedade. Nós ajudamos a integrar a sustentabilidade no modelo de negócio das empresas, com todo o tipo de serviços que permitam iniciar, gerir ou comunicar as questões da sustentabilidade.

A nossa abordagem

A sustentabilidade cria diversas oportunidades interessantes para as empresas. Pode melhorar a resiliência corporativa, criar valor económico, contribuir para um ecossistema saudável e fortalecer a comunidade. À medida que mais empresas integrem a sustentabilidade nos seus negócios, as organizações terão de olhar para a forma como gerem os seus negócios e como impactam a sociedade e o ambiente, garantindo a sua competitividade. Necessitarão de implementar práticas de governança mais elevadas e obter uma compreensão total do seu impacto social e ambiental, a fim de se manterem competitivas.

Uma abordagem de sustentabilidade sólida requer uma estratégia clara, boa governança e reporte corporativo de qualidade que aborde todo o leque de questões ambientais, sociais e de governança (sigla em inglês “ESG”). Esta abordagem resultará em benefícios claros: maior confiança, vantagem competitiva, maior envolvimento dos colaboradores, maior eficiência no uso de recursos, lealdade e apoio dos stakeholders.

Dependendo do posicionamento do seu negócio na jornada de sustentabilidade, a Mazars irá reunir uma equipa de especialistas focados nas suas necessidades específicas, de forma a oferecer soluções em linha com os seus objetivos. Seja no reconhecimento da sua cadeia de fornecedores, pegada de carbono, avaliações de risco das alterações climáticas ou promoção da diversidade, temos o conhecimento e experiência para fornecer soluções que apoiarão as empresas a longo prazo. Acreditamos que a nossa abordagem personalizada levará a que as empresas disponham, sempre, dos especialistas certos para o projeto certo.

A Mazars dispõe de um portefólio variado de serviços, que permite acompanhar todo o tipo de empresas em diversos níveis de maturidade em matéria de gestão da sustentabilidade. Queremos acompanhar as empresas em toda a sua vida útil – do Planeamento à Comunicação, uma abordagem 360º (Figura 2).

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Figura 2: Abordagem 360 ºC da Mazars

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