Empresas reconhecem “compliance” como fator de criação de confiança

A maioria das empresas encara o “compliance” como fator de criação de confiança e reputação e não como uma mera obrigação. Por sua vez, mais de metade espera que os requisitos de “compliance” se tornem mais difíceis de cumprir e planeiam investir em competências e tecnologia para os acompanhar.

Os responsáveis pelo “compliance” tendem a encará-lo como um fator de criação de oportunidades e não apenas como uma obrigação, sendo as oportunidades significativas, designadamente aumentam a confiança, reforçam a segurança e constroem reputação. Assim, a recompensa para o cumprimento dos requisitos de “compliance” é valiosa, já que aumenta a confiança do investidor, do cliente/consumidor e ajuda a construir uma reputação favorável. “O objetivo principal do compliance é garantir o cumprimento, por parte das entidades, das exigências legislativas e regulamentares no ambiente corporativo em que atuam, bem como das regras e dos códigos de conduta internos das organizações. A visão primária e restrita do compliance, como ferramenta para prevenção de incumprimentos e consequente prejuízo e mitigação de riscos, evoluiu.”

Defende a Mazars que “no presente contexto empresarial, um compliance robusto é cada vez mais assumido como uma oportunidade e uma ferramenta para reforço da confiança de investidores e clientes, contribuindo para a construção de reputação da entidade e, a nível mais global, para o desenvolvimento de um mercado justo”. Considera que tal é visível no envolvimento crescente de dirigentes de todo e de investimento realizado pelas organizações. “O principal desafio é gerir e acompanhar um ambiente empresarial e regulatório em mudança acelerada e cada vez mais exigente, requerendo constante adaptação, reapreciação dos riscos e sua abordagem.”

Riscos de fracassar

É importante notar que os responsáveis pelo “compliance” conhecem os riscos significativos de fracassar. Muitas empresas enfrentaram desafios relacionados com “compliance” nas áreas de contabilidade e fiscalidade nos últimos cinco anos. As suas consequências passam, geralmente, por danos à reputação, ações disciplinares internas e multas. Por seu lado, os principais investimentos planeados para “compliance” são em tecnologia (sobretudo inteligência artificial) e competências. Uma parte considerável defende que “a nova tecnologia de compliance contabilística e fiscal será um dos drivers mais significativos para melhorar o desempenho nas suas funções nos próximos cinco anos”. No entanto, a falta de conhecimento e competências da equipa é prejudicial, sendo um grande obstáculo para que se alcancem os objetivos de “compliance”.

O inquérito da Mazars conclui ainda que os executivos de topo e os membros dos conselhos de administração, de uma maneira geral, abordam o “compliance” com uma regularidade trimestral. “Esta envolvente faz, normalmente, parte de uma revisão pré-programada de riscos, mas também é frequentemente inserida na procura por novos insights ou oportunidades.” De forma global, as empresas confirmam que a atenção e os recursos dedicados ao “compliance” conduzem a resultados positivos e e assumem que estão a cumprir com sucesso os requisitos atuais e que vão continuar a cumpri-los no futuro. Mas é um facto que o “compliance” se tornará mais exigente nos próximos cinco anos. Está a tornar-se mais complexo, a legislação está a mudar rapidamente, a pandemia vai continuar a causar disrupção.

A Mazars conclui que o inquérito e o estudo mostram que quando o tema é implementado corretamente cria confiança entre investidores, clientes e consumidores e molda uma reputação positiva para o mundo exterior. Também demonstram “o claro sentido de responsabilidade que os gestores sentem relativamente ao compliance. Com o nível de escrutínio sobre o ambiente de negócios mais rigoroso de sempre, a constatação que a maioria dos gestores planeia aumentar os recursos financeiros e humanos dedicados ao compliance deve ser tranquilizadora para qualquer pessoa que deseje ver negócios desenvolvidos de forma correta”.

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